3 de mar. de 2019

O som do inverno



Lentos passos em meio aos troncos secos das árvores. As folhas já-se foram e o inverno já chegou. Não tenho medo de me perde nesta floresta, pois, já me perdi nas lembranças.

Avisto algo.

Há muito prego nas tabuas na ponte para meus pés descalços, atravesso às águas raras e geladas do rio para me aproximar.

Queria que você também posse ver, é tão lindo. Se te contasse não acreditaria.

Simplesmente sumiu, como uma nuvem de fumaça no meio da nebrina. Será que era uma miragem da minha imaginação?

Em meio ao silêncio consigo ouvir o som das cordas do seu violão, tocando aquela lenta canção que você sempre tocava em frente a lareira.

Agarro-me no som. Queria que isso bastasse para me aquecer, mas o fogo não pega. Somente feche os olhos.

Me sinto como uma árvore solitária no inverno. Me deito em meio as pedras mas, ainda estou em guerra com meus sentimentos em meio a ingenuidade. Está tão frio aqui. Onde você está?

Você disse que nunca me deixaria ir embora mas, você se foi.

Você ainda tem um efeito em mim que não consigo explicar. Me lembro do seu abraço, o único que conseguia me aquecer em noites frias.

Há uma parte em mim que tem esperança de quando eu voltar você está ligando a lareira em minha espera, mas não é real,  prologo essa caminhada o máximo que consigo.

Lá não parece mas um lar, apenas lembranças de algo que já se foi. Ao lado da cama tem um velho criado-mudo com um pequeno livro de olhas amarelas, dentro tem uma última lembrança de que eramos reais.

Posso tocar mas, não consigo sentir. Não é mais como me lembro. 

Estou a sua espera, apenas não demore.


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